É com muita alegria que anuncio o primeiro número da Revista Portuguesa de Musicoterapia (RPM).

O caminho até a publicação do primeiro número da revista foi cheio de desafios e imprevistos. Felizmente, as dificuldades foram superadas e esse sonho de ter uma publicação científica na área de musicoterapia (com acesso aberto e publicação periódica) em Portugal está sendo realizado.

Quero agradecer especialmente à Associação de Musicoterapeutas (MUTEpt) que deu apoio para a divulgação inicial da revista desde a chamada para submissão de trabalhos em 2017. Quero agradecer especialmente aos autores dos artigos aqui publicados (colegas do Brasil, Dinamarca, Espanha e Portugal) por terem acreditado nessa proposta independente e por terem compartilhado um pouco da sua sabedoria com os nossos leitores. Agradeço também ao trabalho incansável dos revisores que cuidadosamente avaliaram os diferentes manuscritos de modo técnico e sempre com colaborações construtivas para melhorar ainda mais a qualidade dos manuscritos submetidos. Aproveito também para fazer um agradecimento à musicoterapeuta Salomé Ferreira pelo desenvolvimento da logo e do site da revista.

 

Publicar o primeiro número no último mês de 2020 traz uma mistura de diferentes sentimentos.  Vale destacar que este ano foi de grandes desafios e problemas para os habitantes de Portugal devido a todas as dificuldades causadas pela pandemia de COVID-19. Justamente por esse momento difícil, a publicação deste primeiro número representa um sentimento de alegria num ano especialmente complicado para os musicoterapeutas de Portugal (os quais foram afetados diretamente pela pandemia na sua atividade profissional) ao mostrar que a musicoterapia está avançando cada vez mais como ciência e profissão através das suas publicações. Por outro lado, a publicação deste número em dezembro de 2020 também significa esperança, pois espera-se que essa publicação possa ser útil aos musicoterapeutas de Portugal especialmente para o próximo ano que se aproxima, o qual esperamos que seja melhor que 2020 para toda a humanidade.

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O primeiro número da revista demonstra uma pluralidade de temas dentro da musicoterapia, onde é possível transitar por diferentes populações atendidas e contextos de prática. O primeiro trabalho é uma tradução para o português de um artigo publicado na Revista Dinamarquesa de Musicoterapia escrito pelas colegas dinamarquesas Britta Frederiksen, Hanne Mette Ochsner Ridder, & Liselotte Pedersen dentro da temática de musicoterapia no contexto da psiquiatria forense com o título “Pesquisa em musicoterapia - psiquiatria forense”.

O segundo artigo traz um caso clínico dentro do contexto da musicoterapia organizacional. Esse tipo de prática está em crescente desenvolvimento e as autoras brasileiras Cláudia Schaun Reis & Ingrid Menta trazem um olhar sobre essa prática a partir de um projeto desenvolvido numa universidade pública no Brasil. O trabalho tem o título “Musicoterapia aplicada a funcionários da UDESC”.

O terceiro artigo aborda a musicoterapia no contexto escolar relacionada à resolução de problemas de conduta. A musicoterapia no contexto escolar é uma prática frequente em diferentes países, mas que ainda não possui muitas publicações na língua portuguesa em comparação com outras áreas de prática. Esse artigo foi publicado pelo musicoterapeuta Ednaldo dos Santos que é natural do Brasil e que atualmente realiza o seu trabalho na Espanha. O artigo tem o título “Musicoterapia no âmbito escolar como facilitadora na resolução de problemas de conduta”.

O quarto e quinto artigos da revista descrevem diferentes propostas dentro da musicoterapia no contexto do autismo. Esse contexto de prática é provavelmente um dos mais frequentes dentro da musicoterapia portuguesa (e também em nível internacional). Além disso, essa é uma das áreas com o maior número de publicações de musicoterapia ao redor do mundo.

O quarto artigo é o único em inglês da revista e traz uma publicação das colegas portuguesas Marisa M. Raposo , Catarina V. da Isabel , & Margarida Rebelo. O artigo apresenta um estudo antes e depois para mostrar os efeitos da musicoterapia a partir do uso das experiências de improvisação e pelo uso de canções em crianças com Perturbações do Espectro do Autismo (PEA). O título do artigo é “A eficácia de uma intervenção musicoterapêutica na comunicação receptiva e expressiva em crianças com perturbações do espectro do autismo (PEA)”.

O quinto e último artigo da revista foi escrito pela musicoterapeuta brasileira Michele de Souza Senra. O trabalho apresenta um relato de experiência de um projeto musical realizado com crianças, adolescentes e jovens dentro do espectro autista intitulado Concerto Azul. O artigo tem o título “Musicoterapia na cultura: valorizando a expressão artística de pessoas com TEA sob a perspectiva da musicoterapia”.

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Desejo a todos e todas uma ótima leitura!

               

Mt. Gustavo Schulz Gattino

Editor

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